13 de março de 2010

A busca de Deus


Quando o ser humano busca Deus de maneira adequada – porque há muitas maneiras egoísticas – ele não só aprende a viver como aprende a morrer, nosso fim irredutível, com a qual a maioria não se conforma.

È bom ter memória consciente que a morte, e o sofrimento são duas coisas fundamentais com as quais não nos conformamos em aceitar e ainda não aprendemos a conviver, apesar de as presenciarmos diariamente.

A revelação de Jesus Cristo – compendiada no seu evangelho – ensina o ser humano a sentir e a sintonizar-se com Deus e a viver de acordo com suas leis.

  • Mt11,27 – Meu Pai entregou-Me tudo a Mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar.

Acontece, entretanto, que em lugar de aprender a viver bem, o ser humano vive pelo menos de maneira inadequada.

Em lugar de se ocupar com o aqui e agora, com o momento presente da existência humana na vida terrena, a mais importante, porque é no aqui e agora que corrigimos nossos erros e pecados passados e traçamos nossa rota para o futuro, essas pessoas ficam muito preocupadas com a morte e com o além e se descuram da vida prática.

Um cidadão que estava desempregado. Era muito crente e orava todos os dias, vivia uma vida santa, mas a sua família passava necessidade. A mulher então mais prática, foi pedir um emprego para o marido, ao deputado eleito na sua cidade. Quando este perguntou a ela que qualificação tinha o marido, o que ela sabia, ela lhe respondeu:



  • “ele sabe muita coisa sobre o mundo de lá, mas sobre o mundo daqui ele não sabe nada”.


Evidentemente que a palavra de Deus não pode ser responsabilizada por desvios dessa natureza.
Houve tempo, na história do mundo, em que as pessoas não levavam em consideração as necessidades práticas



  • e só cuidavam das futuras recompensas terrestres.

  • Ou então suportavam passivamente todas as privações e explorações, porque após a morte iriam ser divinamente galardoadas.



E naturalmente disto se aproveitaram os “filhos do século” que sempre foram mais espertos que os “Filhos da Luz” em se tratando de assuntos terrenos, (cf.Lc 16,8)




  • O patrão louvou o administrador desonesto pela sua astúcia com que havia agido. Pois os cidadãos deste mundo são mais astutos com seus colegas do que os cidadãos da luz.


Jesus chama os discípulos de “cidadãos (filhos) da luz”. No novo reino da luz e segundo seu regime deveriam desdobrar iniciativa e engenho na administração dos dons recebidos. Talento e engenho também são dons recebidos que administramos.

Só ocupar-se da terra, ou só ocupar-se de Deus, é falho.

Se tudo é bom desde a origem e por ela, se o homem é a coroa de um universo excelente, como se explica a presença do mal?

Não são bem e mal a divisão mais radical que o homem experimenta?
A morte é o mal definitivo e a dor é a sua manifestação;
A terra feita para dar frutos dá espinhos;
O trabalho é fatigante e pouco produtivo;
` a fecundidade é dolorosa.

Por que? E a experiência é universal.
Perguntamos pelo sentido da vida, do bem e do mal.

Para responder remontamos à origem da humanidade inteira. Entre a bondade inicial e a situação atual, ocorreu uma ruptura que se chama desobediência a um preceito positivo de Deus. Essa ruptura é um fato que funda e provoca a condição de todos os descendentes: é um pecado “de origem”. O que depende desse fato entra em sua esteira rolante.
` Foi um ato responsável pelo qual o homem deve responder perante Deus.

A terra é o campo de atividade do espírito. Ocupar-se somente com os deveres e prazeres da terra, sem pensar no espírito, é tarefa incompleta. O ocupar-se quase exclusivamente do espírito é falha oposta.

O homem tem de atuar na terra, em consonância com Deus.




  • Lc 12,27 - Observai como crescem os lírios: não fiam, nem tecem. Porém, digo-vos que nem mesmo o rei Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.